terça-feira


Parque da mãe de Lula é o retrado do abuso de poder e do concreto armado

Do calçadão de Boa Viagem, a vista do parque impressiona pelo tamanho. A população queria um parque verde, foi contra o monstrengo, mas o poder ditatorial da prefeitura do Recife fez prevalecer a vontade do Prefeito João Paulo pelo projeto milionário de Oscar Niemeyer e, em homenagear a mãe do presidente (Lindú). Na placa oficial, a PCR tira onda com o movimento de moradores que tentaram barrar a obra. “O Recife decide. A prefeitura faz”..

Blog do Jamildo "Dona Lindú é uma realidade (concreta):


As obras do polêmico Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, estão em ritmo acelerado. Na tarde desta segunda-feira (18), a reportagem do Blog de Jamildo visitou o canteiro de obras (veja o vídeo abaixo) e verificou de perto os trabalhos de construção do parque, retomados no último dia 12 de julho após a Superintendência Regional do Trabalho em Pernambuco embargar a obra.

O tamanho da área que o parque ocupará impressiona: são mais de 27 mil metros quadrados de terreno. O projeto contempla teatro, restaurante, pavilhão para exposições, ciclovia, quadra poliesportiva, área para ginástica, parque de diversões, banheiros e pistas para skate e cooper. Quem passa pelo calçadão de Boa Viagem se impressiona com a grandeza da obra (foto acima), orçada em mais de R$ 28 milhões.


Idealizado pelo famoso arquiteto Oscar Niemeyer, o Dona Lindu continua dividindo a opinião da população. Para Josefina de Oliveira, da Associação dos Moradores de Boa Viagem, o parque está sendo construído contra a vontade do povo. "A gente queria uma área verde, para caminhar, fazer piquenique. O povo daqui não queria isso não", diz. "Quando fizerem show, a gente não vai conseguir dormir", completa.


A mesma opinião é compartilhada pela administradora de engenho Tinane Almeida, 70 anos. Vizinha do parque e moradora de Boa Viagem há 30 anos, ela acredita que o Dona Lindu não terá área verde, como promete a Prefeitura do Recife. "Vai ser tudo concreto. Na internet diz que eles colocaram 480 árvores. Cadê? Não está nada plantado. Quando isso começar a funcionar vai ser uma coisa de louco. Vai ser um caos", afirma.

A previsão é de que o Dona Lindu seja entregue à população em novembro deste ano. Até lá, cerca de 300 operários trabalham dia e noite para erguer aquele que já é considerado o Parque da Discórdia.


Na placa oficial, a PCR tira onda com o movimento de moradores que tentaram barrar a obra. “O Recife decide. A prefeitura faz”.


Foto: Thiago Lúcio/Blog Imagem

quarta-feira

Arquitetura mediocre


Mão escondida projeta arquitetura medíocre

por Jorge Wilheim, arquiteto e urbanista

Ao examinar os projetos imobiliários que abundam em nossos jornais, noto que ultimamente a cor verde predomina: oferece-se à venda a paisagem vista da janela - um parque longínquo ou o jardim, por vezes bem elaborado, que constituirá o verde privativo de quem pode. Recentemente até se oferece um simulacro de vida urbana, ao propor-se - imaginem! - uma rua, como aquelas de verdade - lembram? - em que as crianças se conheciam e brincavam; agora, porém, rua privativa, também para quem pode. Em alguns casos se oferece um centro esportivo ou um spa, de diminutas proporções, só para mencionar.

Simulacro de paisagem urbana, simulacro da sociedade reduzida a condôminos, simulacro de cidade. Parece que o mercado, mesmo usando sua mão escondida - diferente da mão invisível de Adam Smith (1723-1790), segundo o qual ela transformaria interesses individuais em bens sociais -, ainda não conseguiu apagar a lembrança de que a propriedade a ser vendida se situa numa cidade real, gerando um simulacro, exclusivo e excludente. Não nego a demanda por segurança que está na sua origem, mas questiono a falta de criatividade das soluções.

Quando plantas dos apartamentos são publicadas, espanta-me a similitude dos programas e dimensionamentos: parece que há um único protagonista a desenhar com sua "mão escondida" todas as plantas, com iguais dimensões dos quartos, denominações sempre que possível em inglês e a presença inevitável, esta brasileira, da churrasqueira.

O que não se publica é o nome do arquiteto autor desses projetos! A "mão escondida" o apagou, seja por não considerá-lo importante a ponto de figurar ao lado do decorador, do paisagista e dos realizadores do empreendimento; seja porque o próprio arquiteto não se sinta à vontade com o resultado. Se arquiteto existe, como entender, tiradas poucas exceções, o descaso com a estrutura e com a fachada, geralmente um aplique colado, muitas vezes imitando um paupérrimo estilo neoclássico?

Ao percorrer a cidade, vejo, com espanto, o resultado disso: um descalabro arquitetônico, na profusão grotesca e gigantesca de fachadas sem caráter, uma acúmulo de mediocridade preenchendo a paisagem urbana, num completo descaso com a rua em que cada prédio se localiza, ao atulhá-la com trânsito que não pode suportar e uma seqüência de grades, muros, muralhas com guarita, por vezes parecendo-se com presídios. Expressão voraz e predatória do privado não-urbano, recusa da cidade e da vida societária, exclusão ostensiva de tudo o que é público, de todos.

Onde estão os arquitetos herdeiros de mestres da arquitetura residencial? Não mais se encontram, e perdoem a generalização, pois exceções certamente existem, projetos que emulem os esplêndidos edifícios Esther (Vital Brasil), Prudência (Rino Levi), Louveira (Artigas), General Jardim (O. Bratke), Mena Barreto (Aflalo e Gasperini), Guaimbé (Mendes da Rocha), Higienópolis (Heep), Sto. André (Pilon), Copan e Eiffel (Niemeyer) - todos exemplos de boa arquitetura, forte identidade, criatividade, bom ambiente para os seus moradores, enriquecendo a paisagem de suas ruas. E, na ocasião, bem vendidos, com lucro para seus empreendedores...

Enquanto os edifícios residenciais de hoje se apresentam uniformes e medíocres, de autoria anônima, a cidade apresenta bons projetos comerciais e institucionais, revelando a existência de empreendedores mais generosos e o trabalho sério de excelentes arquitetos; entre eles, Botti e Rubin, Aflalo e Gasperini, Carlos Bratke, Isay Weinfeld, Rui Ohtake, Paulo Mendes da Rocha e um bom grupo de jovens arquitetos cujas obras se destacaram na última Bienal de Arquitetura.

Há, portanto, salvação possível. Os empreendimentos poderão produzir lucro mesmo com projetos bons, livres da mão escondida que impõe programas, dimensões, estilos. Para fugir da mediocridade haveria alguns passos a dar.

Do lado dos empreendedores - embora a lógica do sistema os leve a não se preocuparem com a cidade, e sim apenas com o lote -, tomar consciência de que o campo de ação de seu negócio ficará mais restrito e mais caro à medida em que, por sua ação predadora, ruas e bairros forem sendo destruídos. Por outro lado, se o corretor de vendas ou quem contabiliza o investimento substituir os arquitetos nos momentos cruciais de elaboração de projetos, põe-se a perder a principal contribuição desses profissionais.

Do lado dos arquitetos, estranho o silêncio obstinado das entidades de classe, dos críticos de arquitetura, da imprensa especializada. A Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (Asbea) - de cuja criação participei - limita-se a se alinhar ao lado da associação de seus clientes, o Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis (Secovi), sem respeitar a natural diferença de enfoques e de interesses a defender. Pois nem sequer exigem que o nome do autor de projeto seja obrigatoriamente enunciado...

Compreende-se que o Sindicato dos Arquitetos permaneça silencioso nesta questão, pois a precariedade de contratação e o elevado número de profissionais concorrentes não estimula o debate, arriscando o emprego. Mas não compreendo o silêncio do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), veneranda instituição presente em momentos decisivos de nosso desenvolvimento, que tergiversou na discussão do Plano Diretor Estratégico e agora silencia no momento em que este é ameaçado de desfiguração, deixando a tarefa a outras organizações da sociedade civil. Seu papel tradicional em defesa da arquitetura e da cidade, papel cultural e social, deveria levá-lo a levantar os problemas que aponto neste artigo, liberando-me, aliás, do constrangimento de escrevê-lo...

Publicado no Estadão

segunda-feira

Patrimônio deteriorado

Prédio tombado pela Fundação do patrimônio Histórico de Pernambuco vira casa funerária

Construído em 1923, o prédio da antiga Estação Ferroviária de Petrolina perdeu sua função original em 1971, com a desativação do transporte ferroviário. Ameaçado de demolição, em 1985 o prédio foi tombado pelo Patrimônio Histórico Estadual e, depois de restaurado, virou um centro cultural. Em 1998, o prédio foi vendido a uma empresa privada e hoje abriga uma casa funerária.

Conheça, aqui, todos os detalhes dessa história


Produção do artesanato pernambucano


Cestaria e trançados

São muitos os artigos produzidos com fibras vegetais: bolsas de vários tamanhos e modelos, tapetes, chapéus, cestas, esteiras, sacolas, estandartes etc. As fibras que servem de matéria-prima também são muitas, como o sisal (ou agave), folha de carnaubeira, folha de bananeira, de coqueiro, de ouricuri, buriti, catolé e outros. Além disso, também servem como matéria-prima: linhas de coser, cordões, cordas, linha de náilon, cola e arame. Boa parte dos artigos comercializados em Pernambuco vem de um dos maiores produtores nordestinos de artigos desse tipo, o Rio Grande do norte, onde as matérias-primas predominantes são o sisal e a palma da carnaubeira.

Pelos principais ramos, o artesanato pernambucano está assim dividido: Cestaria e trançados; bordados e rendas; cerâmica; couro; tecelagem; madeira; metal; tapeçaria. AQUI

quinta-feira

Imagem do dia

Cícero Dias e o poeta Manuel Bandeira em Paris (1957)

Disponível aqui: Cícero Dias Online

domingo

Na maior pindaíba

Cineasta de família humilde, não tinha televisão em casa. Às vezes assistia TV na casa de algum vizinho. Da imaginação de criança para a realidade de adulto, foram difíceis os caminhos percorridos.

Jair Rangel, paranaense. Há uma década mora em Rondônia. Seu sonho: fazer filmes. E ele conseguiu. Criatividade, persistência e força de vontade. Essas são características de um homem que lutou por muito tempo em busca da realização desse sonho e que finalmente vê seu esforço reconhecido.
Quando veio para Rondônia, sua a intenção era trabalhar no garimpo. Chegando a Porto Velho mudou de idéia. Rangel comprou um cavalinho e uma máquina fotográfica. Começou a sair pelas ruas da cidade tirando fotos das crianças no pequeno cavalo. Um belo dia vendeu a moto que tinha e comprou uma filmadora, e desembestou a filmar uma série de pequenos filmes. Ao todo Rangel tem 98 fitas gravadas, devidamente acondicionadas em papel alumínio, guardadas numa caixa. O sonho de fazer seus próprios filmes vem desde criança, quando chamava seus amiguinhos para brincar e, com uma câmera improvisada de papel, filmava várias cenas, como um cineasta. De família humilde, não tinha televisão em casa. Às vezes assistia TV na casa de algum vizinho. Da imaginação de criança para a realidade de adulto, foram difíceis os caminhos percorridos. A dificuldade em conseguir patrocinadores para a produção de seus filmes não o fez desistir, pelo contrário, como ele mesmo diz, "isso é que deu força". Ele próprio cria o roteiro dos filmes, inventa os materiais utilizados, que vão desde os recursos para auxiliar a filmagem, até os utensílios dos personagens como o "boicicleta" (uma bicicleta disfarçada com a roupa de um boi). Os storyboards também são desenhados por Rangel. "Nunca imaginava que podia fazer de verdade", afirma Rangel, ao contar que com a ajuda de uma agência de publicidade de Porto Velho conseguiu produzir seu primeiro filme: Na maior pindaíba, um curta-metragem de 12 minutos, que traz o personagem Pistolino, vivido pelo próprio diretor e autor. A inspiração desse personagem vem de seu ídolo: Mazzaropi, que, ao lado de Charlie Chaplin, é a grande influência de Rangel. Em 2005, no III Cineamazônia, Rangel se consagrou com o seu filme Na maior pindaíba , não por menos vencedor de cinco estatuetas Mapinguari: melhor vídeo do Estado de Rondônia, Júri Popular para vídeo, melhor direção para vídeo, melhor roteiro para vídeo e melhor montagem para vídeo (Maico Garcia). Rangel também é inventor de "parafernálias" da sétima arte (para realizar imagens das peripécias do seu personagem, Pistolino, ele inventou uma grua e uma steady cam - do modo dele, mas inventou). O cineasta é casado e pai de dois filhos, um menino de 13 anos e uma menina de 10. Seus filhos adoram seus filmes e até participam das produções. "A mulher até gosta, mas nunca gravou comigo", relata. Ele ganha o sustento da família fabricando e vendendo artesanatos. Carros em miniatura, maquinetas estranhas e réplicas da Mad Maria, a locomotiva da lendária Estrada de Ferro Madeira Mamoré. Fonte
Sinopse

sábado

Chanteclair morre na praia


O Espaço Cultural Chanteclair aparece na lista do Ministério da Cultura como um dos projetos aprovados para a captação de recursos, mas é um caso típico de insucesso. fonte

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quinta-feira

Mundo


Uma ceramista indiana dá os retoques finais nas lanternas que serão usadas no próximo 'Festival de Deepawali - O Festival das Luzes', na cidade de Amritsar, na Índia.


Aos nascer do dia, pescadores arrumam a rede para apanhar carpas no lago de Dvoriste, na cidade de Trebon, na República Tcheca, país da Europa Central (anteriormente parte da Tchecoslováquia). A carpa é um prato tradiocional da noite de Natal no país.


Nada se cria, tudo se copia

O mecenato é uma prática antiga. Desde o renascimento, esse tipo de auxílio às artes e à cultura existe. Hoje em dia, essa idéia ainda está em voga. Principalmente, por meio da Lei Rouanet.