segunda-feira

Rota dos poetas


Só fazer é pouco. Tem que cuidar...


Recife tem uma rota de poetas. Esculturas ao ar livre, homenagem aos poetas e compositores pernambucanos, espalhadas pela cidade. Só falta cuidar... Manutenção. Segurança. Preservação. Incluir na rota turística. Mas como se trata da Prefeitura como gestora da arte pública... É difícil!. As esculturas estão fadadas ao mau tempo e ao abandono... Tão recentes, e muitas precisam de reparos. Jogadas ao abandono, a exemplo da praça do Marco Zero (utilizada só para eventos do prefeito João Paulo (PT-PE), o predador da arte no espaço urbano... Outras Obras do Circuito


quinta-feira

QUEM PERDE COM A LEI ROUANET

Tati Quebra Barraco fez turnê na Europa com seu funk "nervosão" patrocinada pelo MIC

Para quem não sabe a Lei Rouanet é destinada a promover e estimular a regionalização da produção cultural e artística brasileira, com valorização de recursos humanos e conteúdos locais. Ela permite o perdão fiscal para empresas desde que o recurso seja aplicado na produção cultural. Mas o que sabemos é que os incentivos arrecadados através da Lei não atingem a sua finalidade, sem antes atender, interesses das empresas investidoras com ganhos na mídia (assinatura) agregados ao produto cultural; atender aos interesses dos órgãos (bancos, estatais, outros) autorizados pelo governo a repassar os recursos, e repassam primeiro em benefício de seus próprios institutos, centros culturais ou fundações de arte.

Paradoxalmente, também o poder público se beneficia, o que é muito estranho, já que o Estado é o ordenador dessa política e para tal, abre até seleção pública, em todo o território brasileiro. Entretanto, isentos de qualquer concorrência, projetos do próprio ministério da cultura, secretarias estaduais e municipais comem parte significativa dos recursos Lei Rouanet aplicados em museus, bibliotecas, fundações, realização de festivais, mostras, carnavais fora e dentro de época, viagens de artistas, comissões de gestores, assessores, representações e artistas, produções de filmes sem nenhum critério com a qualidade, tour de artistas na Europa, entre outros eventos.

O sociólogo e ensaísta Carlos Alberto Dória e autor de Os Federais da Cultura, em seu artigo - É chato dizer, mas a Lei Rouanet fracassou -, afirma: “Ora, num país onde as leis costumam “pegar” ou “não pegar”, a Lei Rouanet inaugura uma nova modalidade: a das leis que “pegam” e fracassam. Ela não fracassou por falta de adesão, mas por excesso de adesão interesseira, contemplando apenas a perspectiva dos ganhos econômico-financeiros que promete”. Um bom exemplo disso é fato - quase a metade do investimento inicial de R$ 11 milhões da produção inglesa, o Fantasma da Ópera”, que veio ao Brasil (versão em português), possibilitado através da Lei Rouanet, trocando em miúdos: verba pública beneficiando interesses de empresas estrangeiras.

O conceituado maestro John Neschling quando da dificuldade em conseguir investidores para ópera O Anel, de Wagner, declarou: “A Lei Rouanet é ridícula, uma perversidade. Essa lei existe para que Itaú, Bradesco e Banco do Brasil possam investir neles mesmos, fazer seus centros culturais e pagar seus ascensoristas”. Mas, tanto os generosos benefícios fiscais como os débeis investimentos no apoio a pequenos projetos, torna seus usuários fregueses, presos a um esquema que de cara, descaracteriza o conceito do que chamamos de incentivo.

Como justificar que Lei (federal) patrocina centros culturais de bancos, estatais, prefeituras, estados e o próprio governo federal.

As migalhas, então, são disputadas a “ferro e fogo” entre pequenos projetos, (independentes ou comunitários), submetidos a editais, aparentemente democráticos, produtores culturais dos confins do Brasil possibilitadas por atravessadores, lobistas e, quando contempladas, o que resta do incentivo cultural depois do saque em comissões e impostos (que volta para o governo – aquele que diz incentivar a cultura) mal cobre as despesas básicas de seus projetos e pior, sem possibilidade de sustentação.

Como entender a permanência de uma Lei, sob a tutela do Ministério da Cultura, tão insensata e danosa. É necessário compreender também seus méritos. Os incentivos fiscais para o setor cultural injetam no país milhões ao ano, somadas as legislações federais, estaduais e municipais, descontada a parte que escorre pelo ralo, das deduções e intermediações, chega o dinheiro na ponta do mercado. Criticá-la, sim, como fiz de forma ferrenha no programa cultural que o PT que apresentou para o governo de Lula, mas derrubá-la não, pois implicaria confrontar a cultura com outras áreas de interesse já que do mesmo couro saem todas as correias.

quarta-feira

Estátua de Pelé tem os braços arrancados

Peça de bronze de estádio em Salvador teve os braços e a taça Jules Rimet roubados. Estátua foi inaugurada em março de 1971 e não tinha proteção.

Uma estátua do mais famoso jogador de futebol brasileiro, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, foi depredada no fim de semana passado, em Salvador (BA). A peça de bronze que ficava ao lado do estádio da Fonte Nova teve os braços e uma cópia da taça Jules Rimet roubados. A estátua, inaugurada em março de 1971, não tinha nenhuma proteção. Por causa do vandalismo, a Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb) vai recuperá-la e mudá-la de lugar. Continua...

terça-feira

As Pedras de Ariano


Ariano Suassuna foi considerado, na gestão de Arraes, o pior gestor de cultura de todos os tempos - personalístico, inacessível; Fez 3 obras na Secretaria: 1) construiu um teatrinho de bolso no pátio da própria secretaria, 2) formou uma trupe (ELE e uns 5 assessores) para dar palestras, digo, aulas -espetáculo e fazer demonstrações (armorial) e 3) uma publicação de luxo sobre ELE e o movimento ARMORIAL. Seu desempenho lhe valeu uma estrondosa vaia no Teatro do Parque na abertura do Festival Nacional de Teatro para mais de 2 mil pessoas (classe artística; convidados e autoridades). Constrangedor. Não apareceu um só comunista para apoiá-lo. Ariano saiu do teatro levado por Raulzinho num gesto de solidariedade e educação Depois da abertura oficial e para dar mais ênfase ao personalismo do secretário, a peça que abria o festival de teatro era nada menos que A Pedra do Reino, escrita e dirigida por (adivinha quem?) Romero Andrade Lima, sobrinho do secretário de cultura, adaptada da obra de Ariano Suassuna. Esta foi, também, duramente vaiada durante 30 minutos seguidos. Hoje, novamente secretário, e desde que assumiu não fez outra coisa senão ser ELE mesmo, suas aulas e seus assessores e, em novas versões a sua A Pedra do Reino, adaptada para o teatro (chatíssimo, mas compreensível)_e na adaptação para TV (incompreensível e o estrondoso fracasso Global).

Deu na UOL NEWS

"Pelo andar da carruagem, a minissérie \ A Pedra do Reino\ , baseada na obra de Ariano Suassuna, tem tudo para se tornar a mais baixa audiência de uma superprodução da Globo. O segundo dia da minissérie rendeu cerca de 9 pontos de audiência, um pouco abaixo que os 12 da estréia, resultado que deixou a Globo em terceiro lugar no Ibope, atrás do SBT e da Record. Nos corredores da emissora, há muitos comentários sobre as causas do até aqui fiasco de audiência: linguagem \ inovadora demais\ , \ experimentalismo e arte necessários\ e até \ não estamos atrás do ibope\ são algumas das frases que têm sido ouvidas. A festa tem sido da concorrência, que há muitos anos não via a Globo amargar um ibope tão baixo em horário nobre. Lembremos que a produção não será jamais deficitária, mesmo assim. Além da propaganda, a venda da produção para o resto do mundo, ad infinitum, cobrirá com sobra as despesas.

Deu na Folha de São Paulo - Ilustrada

"A microssérie vem obtendo péssimos índices desde que estreou, na última terça-feira (12). O primeiro episódio ficou com 12 pontos, um terço do que normalmente se registra na estréia de uma minissérie global. O segundo, exibido após partida da Taça Libertadores da América, teve 9 pontos. Em janeiro de 2005, \ Hoje é Dia de Maria\ , que se utilizou de estética parecida, obteve 34 pontos em sua estréia. \ Amazônia\ , a última minissérie exibida pela Globo, também estreou com 34 pontos de audiência. \ JK\ (2006) registrou 39. Cada ponto no ibope equivale a 54 mil domicílios ou 176 mil pessoas na Grande São Paulo. http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u3047 0.shtml"