segunda-feira

Todos com a Nota saindo do papel


O Diário oficial do Executivo publica nesta segunda (23) o Projeto de Lei do Governo que retoma o Programa Todos com a Nota, que foi adotado na terceira administração do ex-governador Miguel Arraes, em 1998. Na época, o atual governador, Eduardo Campos, era secretário da fazenda do Estado.

Na época, foi adotado para troca de notas por ingressos de teatro. Diga-se de passagem, na área de cultura, foi à única contribuição do governo Arraes ao setor. Possibilitou o acesso da população ao teatro. Lembro de filas no Teatro do Parque que iam até a Conde da Boa Vista. O que prova que o povo não vai ao teatro por falta de dinheiro.

O mercado está para grandes produções de teatro e música do Rio e SP que chegam aqui já com o custo patrocinado por estatais e MINC e cobram o que querem, como os de GAL COSTA, PIOVANE, CHICO BUARQUE,... Para um contribuinte ir ao teatro terá que desembolsar ingressos que variam em 80,00, 160,00, 300,00...

Enquanto isso, produções locais, em todo o Brasil, estão fadadas a interromper a temporada por falta de público, de patrocínio do MINC e dos governos locais.


E, hoje, quem diria! O Programa
Todos com a Nota é reeditado para favorece os clubes de futebol.

Francamente, secretário! Já não basta a absoluta falta de responsabilidade do Governador, em entregar a cultura no Estado de Pernambuco ao personalístico e ditatorial Ariano Suassuna e que já anunciou realizar por PE, unicamente, o seu projeto pessoal - de aulas-espetáculo?

Que o projeto contemple o ingresso aos espetáculos de teatro, dança e circo. Nenhum povo sobrevive culturalmente só de shows de manobra-massas que o PT realiza há 5 anos nas praças. Há de se pensar na sobrevivência de outros ativos da sociedade.

terça-feira

O que é arte pública?


Artistas, críticos e curadores discutem a sua participação nas questões sociais


Por Sergio Sister, Dora Longo Bahia, Danilo Miranda, Arnaldo Antunes, Tadeu Chiarelli...

A seção "Em obras", de Trópico, lançou neste mês a enquete "O que é arte pública?" em virtude da ressonância do tema da 25ª Bienal ("Iconografias metropolitanas") e da recepção do evento Arte/Cidade. A questão não é nova, mas tem mobilizado artistas e curadores na busca de uma participação mais efetiva nos problemas sociais.

Pelas respostas recebidas, percebe-se que há uma confusão entre as definições de monumento público e intervenções urbanas, modelos de exibição da arte e papel do arquiteto, dilema entre espaços institucionais e "novos espaços", democratização do acesso à cultura e reconhecimento da presenca de agentes mercadológicos.

A reivindicação, contudo, é clara: trata-se de uma vontade de deselitizar a produção artística, abrindo-a para a participação coletiva, em resposta aos intoleráveis processos de exclusão em curso na sociedade contemporânea. Cresce o tom de defesa da interdisciplinaridade entre as esferas estéticas e sociopolíticas, debate que envolve artistas e não-artistas. A presente enquete coloca-se de fato "em obras": não pretende exaurir o assunto, mas, ao contrário, funcionar como fórum para a recepção de outras idéias.