domingo

Na maior pindaíba

Cineasta de família humilde, não tinha televisão em casa. Às vezes assistia TV na casa de algum vizinho. Da imaginação de criança para a realidade de adulto, foram difíceis os caminhos percorridos.

Jair Rangel, paranaense. Há uma década mora em Rondônia. Seu sonho: fazer filmes. E ele conseguiu. Criatividade, persistência e força de vontade. Essas são características de um homem que lutou por muito tempo em busca da realização desse sonho e que finalmente vê seu esforço reconhecido.
Quando veio para Rondônia, sua a intenção era trabalhar no garimpo. Chegando a Porto Velho mudou de idéia. Rangel comprou um cavalinho e uma máquina fotográfica. Começou a sair pelas ruas da cidade tirando fotos das crianças no pequeno cavalo. Um belo dia vendeu a moto que tinha e comprou uma filmadora, e desembestou a filmar uma série de pequenos filmes. Ao todo Rangel tem 98 fitas gravadas, devidamente acondicionadas em papel alumínio, guardadas numa caixa. O sonho de fazer seus próprios filmes vem desde criança, quando chamava seus amiguinhos para brincar e, com uma câmera improvisada de papel, filmava várias cenas, como um cineasta. De família humilde, não tinha televisão em casa. Às vezes assistia TV na casa de algum vizinho. Da imaginação de criança para a realidade de adulto, foram difíceis os caminhos percorridos. A dificuldade em conseguir patrocinadores para a produção de seus filmes não o fez desistir, pelo contrário, como ele mesmo diz, "isso é que deu força". Ele próprio cria o roteiro dos filmes, inventa os materiais utilizados, que vão desde os recursos para auxiliar a filmagem, até os utensílios dos personagens como o "boicicleta" (uma bicicleta disfarçada com a roupa de um boi). Os storyboards também são desenhados por Rangel. "Nunca imaginava que podia fazer de verdade", afirma Rangel, ao contar que com a ajuda de uma agência de publicidade de Porto Velho conseguiu produzir seu primeiro filme: Na maior pindaíba, um curta-metragem de 12 minutos, que traz o personagem Pistolino, vivido pelo próprio diretor e autor. A inspiração desse personagem vem de seu ídolo: Mazzaropi, que, ao lado de Charlie Chaplin, é a grande influência de Rangel. Em 2005, no III Cineamazônia, Rangel se consagrou com o seu filme Na maior pindaíba , não por menos vencedor de cinco estatuetas Mapinguari: melhor vídeo do Estado de Rondônia, Júri Popular para vídeo, melhor direção para vídeo, melhor roteiro para vídeo e melhor montagem para vídeo (Maico Garcia). Rangel também é inventor de "parafernálias" da sétima arte (para realizar imagens das peripécias do seu personagem, Pistolino, ele inventou uma grua e uma steady cam - do modo dele, mas inventou). O cineasta é casado e pai de dois filhos, um menino de 13 anos e uma menina de 10. Seus filhos adoram seus filmes e até participam das produções. "A mulher até gosta, mas nunca gravou comigo", relata. Ele ganha o sustento da família fabricando e vendendo artesanatos. Carros em miniatura, maquinetas estranhas e réplicas da Mad Maria, a locomotiva da lendária Estrada de Ferro Madeira Mamoré. Fonte
Sinopse

Um comentário:

Cristiane Moreira disse...

Muito bom...
Gostei do blog, parabéns!!!

Beijos...
Fique na paz!!!